quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Educação e Infância: discussões contemporâneas (1)

Quais são os fios da infância?
Parece bom senso afirmar o avanço das pesquisas em que crianças e infâncias se consolidam modernamente conforme suas culturas infantis pesquisadas como categoria histórica e social; aliás, pode-se arriscar agregar em certos núcleos (pelo menos três) a contemporaneidade da literatura infantil e pedagógico-educativa: primeiro, sobre a intensidade infantil; segundo, sobre a emancipação empírica da criança como fato sociológico e; terceiro, sobre a questão dos caminhos metodológicos mais prováveis para se pesquisar com as culturas infantis. Explicando melhor, eis que, através da intensidade infantil se aborda assuntos como relações de poder, linguagem, alteridade, liberdade, estética e ética dos infantes; da emancipação empírica se trata de assuntos como política, linguagem, direitos, estatuto sócio-cultural da condição de infante, identidade e categoria geracional; da via dos caminhos metodológicos, por sua vez, se observa variados modos e enfoques para se ir ao campo a fim de empreitar pesquisas com as crianças, em restrito, através da sociologia da infância; entretanto, parece que a aproximação com a antropologia, com a etnologia e principalmente etnografia, tem sido um caminho considerado mais pontual, exatamente pela singularidade das crianças (em torno de sua complexidade de linguagem). Nisso, Manuel Pinto (1997), inclui como necessário diálogo com outras ciências humanas: História, Semiótica, Psicologia Social e do Desenvolvimento. Walter O. Kohan (2003) vê como necessário, também, as interfaces entre infância, educação e filosofia. Inclusive, dentro desse prisma de interesse junto às culturas infantis, Pinto; Sarmento (1997) e Araujo (2005) estabelecem a relação da infância com a educação tornando possível se falar do paradigma da infância no campo da sociologia da infância à proporção de sua singularidade científica humana. Ademais, se pode formular, deste espaço, pontos de flexão mais marcantes nestes estudos contemporâneos avançados sobre educação e criança. Nota-se, de reboque, nesse recorte sociológico, há pesquisadores como Silva; Barbosa; Kramer (2005) que pretendem tecer a partir do paradigma da infância o que entende importar à historiografia sociológica contemporânea a fim de se destacar melhor a problemática da geração, e a este fato sociológico das crianças representarem um grupo social diferenciado; evitando-se de tudo o reducionismo classista e estruturalista em torno da identidade e teoria da geração. Nesse caso, se trata de estudar sobre as relações de poder e aspectos hierárquicos entre a criança e o adulto.



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