Uma política da infância com outro enfoque é a que deve interessar em estudar a maneira em que se relacionam as técnicas de governo (relações de poder), as práticas de si (constituição do sujeito) na educação do pensamento (como ato de ensinar e atitude de aprender) dentro desse arranjo do espaço educativo que se põe como a arena desses embates, ou melhor, a questão que se coloca são os modos políticos dessas relações - governo, sujeito e arena pública - envolvidos nesse processo entre os que educam o pensamento da infância, em específico: que modo de racionalidade e qual impacto são (esses) delatados pela criança no seu modo de dizer (a verdade) nesses processos do pensamento com a infância? Nota-se que os enfoques são tecidos nesses processos da identidade da pessoa, na ascese do cuidado de si (conforme trabalha Foucault) e no seu aparecimento na esfera pública (segundo pensa Arendt), portanto, é uma problematização que se levanta em torno de uma racionalidade especificamente política enquanto se busca - tanto em Arendt quanto em Foucault – esses processos de práticas políticas alem da e na sua negativa institucional - à medida que se potencializa os processos que estabelecem a rede das crianças em torno da amizade, da cortesia, da solidariedade, da hospitalidade, do respeito (ORTEGA, 2001; BORGES, 2004), logo, são também modos e práticas discursivas. E dessa trama as ações das crianças são deslocadas - ou definidas como a-políticas, ou seja, essa racionalidade política contando sua verdade institucional efetua processos de ocultamento deflagrados por parte de quem reproduz a instituição nos modos de pensamento com as infâncias, por isso, os jogos de verdades são conflitados nessa problemática posta em questão como um modo político da infância. Ainda mais porque tal silenciamento (da política dos infantes) está mais no profundo da razão política neoliberal: muitas práticas discursivas da instituição escolar: práticas que se apresentam como hegemonias construídas para a necessidade do infantil. Em resumo, é desse marco que se deve equacionar os modos de dizer a verdade da criança assim como ela constitui a si-mesmo sujeito de ação nesses processos que impõem a norma do infantil - dado aí como desejo institucional.
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