quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dos “caras-pintadas” de 92 aos manifestos juvenis do Brasil de hoje (2013).



1992, "caras-pintadas" nas ruas, 2013, novo manifesto juvenil.

Fico lamentando porque não participei do movimento dos “caras pintadas” de 1992; não participei nas ruas – mas participei de coração. Também, naquele tempo, sem celulares, facebooks e companhia, as informações e as articulações militantes foram privilegiadas nas grandes capitais do país. O movimento social daquele tempo estava mais recortado geograficamente que militantemente, talvez sim, porém, foi intenso no seu raio de alcance. Isso para ainda nos dizer como tal.
Se hoje torço pelos jovens que saem às ruas, novamente, além do mais fico às vezes desconfiado pela lei causa-efeito, que me faz pensar: “qual partido estaria por trás deste movimento?”, “quem estaria por trás do engajamento”, “o que eles querem de fato com isto?”... entretanto, não é justo pensar assim... e novamente, agora, porque não sou jovem, não vou às ruas?! Neste a torcida, naquele o coração.
Em paralelo, já que estudo as crianças e as infâncias como culturas de pares, e suas interfaces educativas, pois, na cidade e na cultura contemporânea, não gosto de vê-las “naturalizadas”, de vê-las “ingenuizadas”, portanto, por qual motivo tenho que pensar que os jovens estão nas ruas - sem pinturas nas suas faces - como em 92 como se não soubessem o que de fato querem, enfim, por que eles estariam sendo ingênuos à questão que lutam nesta geração?
Cogito: se eles querem o que hoje não estão vendo na democracia de algumas décadas, pelo menos estão certos e devem ser apoiados por todos nós (brasileiros): Eles querem uma classe política séria, menos impostos e pouco dispendiosos, democracia transparente, copa do mundo de 2014 que veja a verdade do grande investimento na educação que não se tem, direitos humanos? [...] Enfim, prefiro acreditar que eles estão realmente incorporando os que torço serem: “sujeitos históricos”: de uma realidade social democrática cuja estirpe de participação social são hoje “herdeiros” e “filhos”... e que não suportam mais tantas injustiças, corrupções e des-respeito aos direitos humanos - DH entendido aqui também como oportunidade, trabalho, educação e outros adjetivos democráticos institucionais mais densos. (Mas que eles não sejam enganados por uma ideia de futuro, como diz Sartre, "perspectiva de futuro", que nunca chega ao presente histórico, mesmo que seja o presente amanhã, daqui um ano ou uma década). Se a História não é passado, tampouco deva ser futuro, nesse caso, eles estão ressignificando o presente. 
Só que naquele tempo (de 92), nós éramos atores coadjuvantes de uma “galera” política impetrando a DEMOCRACIA (que até hoje ainda não aprendi seus segredos!), isto é, o movimento era mais político, como se o "FORA COLLOR" mudasse o Brasil completamente, sim, fomos mais ingênuos e manipulados, aliás, hoje até acho que foi COLLOR que mudou um pouco o Brasil para avançar na democracia, sim, acreditem nesta plausibilidade ou hipótese, deva fazer sentido!
Outrossim, HOJE, estes jovens se consideram filhos da democracia e da revolução... inclusive, se naquele tempo parecia que a REDE GLOBO era nossa "amiga", "amiga midiática", depois vimos, infelizmente, na verdade, ela era o demônio político que nos enganou e nos manipulou, sim, a Globo era coadjuvante da política de manobra, hoje, os jovens lutam contra até a REDE GLOBLO, que passa dez minutos falando da passeata pacífica e quarenta minutos falando sobre os atos de vandalismos de alguns (e não quero subestimar os jovens que não leram Adorno e Horkheimer nesta Indústria Cultural e nesta magia da dominação midiática). Ora, se a Globo não quer visibilizar o "mal" da passeata, nada diga, como nada ela diz do que seja mal durante o CARNAVAL! Tenha a mesma medida Globo para festa da passeata sem demonizar os jovens como se fossem todos vândalos. Maldita estética global da linguagem também "produzida" deste real.
A GLOBO está a favor dos jovens como estava conosco em 92? Redondamente um NÃO, e que se entenda, NÃO de dupla face: a) enganando; b) militando. Do contrário, este não é um SIM disfarçado de lobo no meio das ovelhas.
A Patrícia Poeta verbalizou o texto lido bem empostado esses dias: “A Rede Globo é imparcial nas informações... e não deixará de mostrar os fatos”: MENTIRA. Não podemos ouvir DUAS VEZES como jovens, crianças e adultos, pois, se, hoje, não sou mais um JOVEM, porém, não tenho porque aceitar DUAS VEZES a MESMA MENTIRA, logo, lutem jovens, lutemos com vocês todos!!! E Vamos continuar torcendo para que o manifesto beneficie TODOS NÓS BRASILEIROS que querem um país melhor!!!

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